Fazem aproximadamente 12 anos que eu ando somente de carro por São Paulo. Antes disso, andei de “buzão” e metrô para a escola e faculdade. Não, eu não andava somente nas linhas “mais abastadas”, eu pegava a linha laranja que ia lá para a Vila Carrão, por exemplo, e que passava pela Sé. Para quem pega o metrô sabe muito bem do que estou falando. Nunca fui assaltada ou roubada; talvez por andar a tantos anos de transporte coletivo a gente fica mais atento, mais “ isperto”.
A razão deste meu post é em relação a um outro assunto, ligado ao meu dia-a-dia, e que tanto afeta a mim e a minha família. As novas celebridades do momento: os pedestres. Respeitar os pedestres nunca foi algo novo pra mim. Eu fui pedestre por muitos/muitos anos, andando de ônibus desde os 9 anos de idade, em uma época que as pessoas ficavam de cabelo em pé pois, além de menina eu era uma criança andando de ônibus. Vale lembrar que São Paulo era uma cidade muito diferente do que é atualmente. Hoje, eu não deixaria a minha filha andar de ônibus como eu fazia.
Voltando ao assunto pedestre. As leis quanto ao pedestre atravessar a rua na faixa para pedestres e ter a sua preferência antes dos carros e motos nunca foi debatido, pelo menos, não por mim. E a lei sempre existiu, mas não era obedecida e muito menos reforçada pelas autoridades. Morei fora do Brasil e coitadinho de você não dar a preferência para os pedestres. Esta não é a questão. O problema são os pedestres que agora usam e abusam da lei que os amarelinhos resolveram botar em prática para usar e abusar das multas.
Não adianta parar no meio da rua para dar a preferência. De um lado você tem os pedestres (que não páram de aparecer), e do outro você tem um amarelinho com a caneta e bloco na mão para te “canetar” sem dó. Não bastasse isso, você tem aquele motorista de ônibus abusado que acha que vc tem simplesmente que desaparecer, afinal, está na faixa de rolamento exclusiva para ônibus , e o taxista ou motorista de caminhão apressado que não tem tempo para esperar um segundo você dar passagem ao pedestre e mete a mão na buzina (isso sem falar quando xingam com toda a potência – afinal, sou mulher, deveria estar gelando a barriga no tanque de roupa suja e não na rua dirigindo né). Ah, estes não levam multa.
É minha gente, mais uma vez, nós, motoristas de carros estamos bem arrumados para não dizer F&#$^%S! É a indústria das multas, são os motoristas mal educados, os motoboys desbocados e machões (machões somente com mulheres) e agora, para colocar a cereja no topo da montanha de chantilly, os pedestres.
Não é muito mais fácil um pedestre ser atento e usar a faixa de pedestres de maneira civilizada? Eu fui assim a minha vida toda e nunca fui atropelada. Porque deixar nas mãos de outros a preservação da minha vida? Porque os outros não podem ser assim? Não bastasse ser mulher no trânsito( o que não é fácil), aguentar motoboys, motoristas de ônibus, caminhão e até mesmo de carro, agora vamos ter de enfrentar o topete dos pedestres, e que topete.
Pelo jeito é muito mais fácil brecar o carro, machucar seus filhos e levar uma batida por trás, afinal, quem paga a conta é você mesmo, né motorista?
